Datafolha: corrida presidencial é a mais estável no país desde 1994

A corrida presidencial do país é a mais estável desde 1994, quando comparado os resultados de todos os outros pleitos da série histórica do instituto Datafolha, com os líderes em intenção de votos variando tão pouco a partir de agosto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da corrida presidencial, agora a nove dias das eleições, com 47% das intenções de voto, 14 pontos à frente do seu principal rival, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Enquanto o candidato à reeleição se manteve com 33% dos votos, o petista oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro de dois pontos. A estabilidade tem sido a marca da disputa. Desde o início oficial da campanha, em 16 de agosto, nem Lula nem Bolsonaro oscilaram além da margem de erro até aqui.
Dados compilados pelo jornal O Globo mostram que no atual pleito, a disputa presidencial com maior estabilidade nas intenções de votos dos candidatos à frente nas pesquisas ocorreu em 1998. Na ocasião, Fernando Henrique, reeleito já no primeiro turno, subiu apenas sete pontos, de 42% para 49%, entre agosto e a véspera da eleição, enquanto Lula ficou estável e chegou à disputa com 26%. Já o pleito com maior variação, desde 1994, foi o de 2018. Enquanto Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula após a candidatura do petista ser barrada, subiu 18 pontos (de 4% para 22%) nas pesquisas entre o fim de agosto e a véspera da eleição, Bolsonaro cresceu 14 pontos, de 22% para 36%.
Com o resultado da nova pesquisa, Lula segue com chances de ser eleito para um novo mandato já no primeiro turno. O petista teria 50% dos votos válidos se a eleição fosse hoje. Em maio, esse índice já foi maior, de 54%. Pela margem de erro, Lula pode ter hoje de 48% a 52% do total. Para evitar um segundo turno com Bolsonaro, o candidato precisa atingir maioria absoluta no dia 2 de outubro.
Em tese, uma grande abstenção, que tende a ser maior nas camadas mais pobres da população, onde Lula tem vantagem mais ampla, pode ser prejudicial ao petista. A campanha de Lula reforçou ainda, nos últimos dias, a busca pelo chamado “voto útil”. Recentemente, o ex-presidente ganhou o apoio de ex-candidatos ao Planalto, como o ex-ministro Henrique Meirelles, e também de alguns expoentes do PDT, partido de Ciro Gomes (PDT).