Professores da Rede Estadual da Paraíba paralisam atividades durante esta quinta (22) e sexta (23) em busca de melhorias
Pelo menos 90% das instituições estaduais paralisaram atividades durante o movimento, afetando cerca de 150 mil estudantes.
Os professores da rede estadual de ensino da Paraíba iniciaram uma paralisação de dois dias, nesta quinta-feira (22), buscando melhorias salariais e infraestrutura nas escolas. A principal demanda é a reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria.
O secretário de organização do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba (Sintep-PB), Felipe Baunilha, destaca que o PCCR, criado em 2003, nunca passou por uma revisão que valorize os profissionais da educação. Entre as preocupações, aponta a perda salarial de até 40% para quem tira licença e a dificuldade em obter reajustes significativos.
“A nossa principal reivindicação é a reformulação do nosso plano de carreira, o nosso PCCR. Ele foi criado em 2003 e nunca houve reformulação para a valorização dos profissionais da educação, então desde 2015 que a gente busca diálogo com o governo do estado. Já foram criadas pelo menos cinco comissões para a revisão desse PCCR, mas o governo nunca enviou essa proposta para a Assembleia Legislativa para poder ser apreciada e aprovada”, disse o secretário.
“Para você ter ideia, hoje um professor ou professora que tira licença pode perder até 40% do seu salário. Seja licença-maternidade, licença-saúde ou licença para capacitação. Para ter um reajuste de 2%, a pessoa precisa trabalhar 5 anos e o reajuste é apenas de 2%. É um dos piores planos de carreira dos estados do Nordeste”, completou Felipe.
Além das questões salariais, o sindicato denuncia a falta de estrutura em muitas escolas, destacando a ausência de climatização. Felipe Baunilha afirma que pelo menos 90% das instituições estaduais paralisaram atividades durante o movimento, afetando cerca de 150 mil estudantes.
Um grupo de professores esteve realizando ato na sede da Secretaria de Educação do Estado, cobrando diálogo com o secretário Antonio Roberto, para a entrega de um documento com as reivindiações da categoria. Felipe destacou que o secretário informou não ter tempo de analisar as propostas.